O Anti-excepcionalismo Humano: Aspectos Semânticos, Sintáticos e Inferenciais na Comunicação Animal

Esta apresentação tem como objetivo defender a tese de que a linguagem não é um fenômeno excepcionalmente humano, tampouco algo que emerge exclusivamente do cérebro humano (Berwick & Chomsky, 2017). No entanto, sustento que a linguagem pode ser descrita como um fenômeno natural, resultante de um longo processo evolutivo, presente de maneira rudimentar em outras espécies não-humanas. Nessa perspectiva, examino o tema da comunicação animal a partir de casos empíricos, destacando os aspectos semânticos, sintáticos e inferenciais presentes em diferentes espécies não-humanas. Assim, com base na herança (neo) pragmática, especialmente em Ludwig Wittgenstein (1953/1925) e Robert Brandom (2000/2013), segundo a qual o significado das expressões linguísticas se fixa nos contextos e práticas comunicacionais, defendo a hipótese de que os sinais animais podem ser compreendidos em termos inferenciais.

Thiago Andrade é Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFPE. Tem interesse nas áreas de Filosofia e primatologia contemporâneas, sobretudo, filosofia das Ciências Cognitivas, especificamente temas como cognição corporificada, linguagem e as habilidades cognitivas dos primatas não-humanos. Coordena com o professor Marcos Silva o Grupo de Pesquisa Filosofia das Ciências Cognitivas UFPE. É Membro Pesquisador do Núcleo de Pesquisa Consciência e Cognição (UFPE/CNPq), Grupo de Pesquisa NormAtiva e da Sociedade Brasileira de Filosofia Analítica.

11ª sessão de uma série de seminários RIP no âmbito das atividades do Lisbon Wittgenstein Group, coordenado por Nuno Venturinha (ArgLab/IFILNOVA).