Imaginar uma Floresta
Este workshop de um dia com a antropóloga brasileira Priscila Santos da Costa e o artista italiano Sergio Racanati, pretende explorar, de forma crítica e criativa, diferentes práticas de pesquisa que envolvem a floresta, e mais particularmente a floresta amazónica, como uma articulação multidimensional — imaginária, real, cultural e económica.
O trabalho de Priscila Santos da Costa, na IT University of Copenhagen, analisa as relações intrincadas entre abordagens tecnocientíficas da floresta e seus recursos, muitas vezes pensadas como sustentáveis, e modalidades capitalistas de extração de materiais e conhecimentos.
A questão do extrativismo epistémico — e a articulação de modos imaginativos de relação com a floresta e seus habitantes humanos e mais do que humanos — também está em jogo na pesquisa artística de Sergio Racanati em torno da noção de “escombros”. Em 2022, graças ao apoio do Italian Council, o artista passou algum tempo a trabalhar na região amazónica, perto da cidade de Santarém, no estado brasileiro do Pará.
O workshop será em inglês, português e italiano e contará com apresentações de Priscila Santos da Costa e Sergio Racanati, discussões e atividades.
10 participantes, inscrição obrigatória, gratuita
11h–13h apresentações e discussão
13h–14h30 almoço comum
14h30–16h30 atividades, dirigidas por Sergio Racanati
Este evento é organizado por Giovanbattista Tusa e Giulia Lamoni e insere-se nas atividades da linha de investigação em Humanidades Ambientais do grupo de investigação Formas de Vida e Práticas da Filosofia, e do cluster Transnational Perspectives on Contemporary Art do Contemporary Art Studies Group, IHA–IN2PAST.
Para participar no evento, é necessário inscrever-se enviando um e-mail para giulialamoni@hotmail.com.
Bio
Priscila Santos da Costa é Professora Auxiliar na IT University of Copenhagen e faz parte do grupo de pesquisa Technologies in Practice e do ClimateIT Center. Completou a licenciatura em Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista, no Brasil, e o seu doutoramento em Antropologia Social na Universidade de St. Andrews. Durante o seu doutoramento, realizou trabalho de campo no Parlamento de Papua Nova Guiné em Port Moresby trabalhando com políticos e burocratas. A sua pesquisa concentrou-se em nacionalismo, governança e cristianismo, especialmente no Sul Global. Está agora a realizar um novo projeto etnográfico no Brasil sobre as dimensões socioculturais das novas tecnologias nos esforços para desenvolver a região amazónica, e o seu principal interesse incide sobre o modo como as transições verdes são imaginadas, experimentadas e implementadas.
Sergio Racanati é um artista que vive e trabalha em Milão e Bari. Atualmente, está a preparar a sua próxima exposição individual que será realizada em 2024 no espaço Sala Murat, em Bari, e terá curadoria do coletivo Ruangrupa. Em 2022, participou na programação pública da ruruHaus na Documenta XV com sua obra fílmica WOK/WAJAN. Em 2021 expôs na Fundação SoutHeritage para arte contemporânea em Matera com a instalação ambiental To futureless memory — possibility of a memorial. Exposições nacionais e internacionais incluem: “NA NA N FRASTEIR” no AlbumArte, Roma, em 2021; “Imagining New Eurasia Project”, no The Asia Culture Center, Gwangju, República da Coreia, em 2015; “Multinatural Histories” no Museum of Natural History, Harvard (MA), em 2013. Participou da 7.ª Bienal de Berlim em 2012, como parte do projeto “Preoccupied” no KW Institute for Contemporary Art e na Bienal del Fin del Mundo / Mar del Plata RA. Em 2019, participou na 14.ª Bienal de Curitiba. Ganhou a bolsa da XI edição do Italian Council (2022), concedida pelo Ministério da Cultura de Itália.