Problematizar a realidade – encontros entre arte e filosofia
PROGRAMA 5: VERDADEIRO OU FALSO
Exibição integral:
Salam Cinema (1995, 75 min.) de Mohsen Makhmalbaf
Discussão:
Esther Leslie, Jihan El Tahri
A presente edição de Problematizar a realidade – encontros entre arte e filosofia resulta de uma parceria entre o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, o CineLab do Instituto de Filosofia da Universidade NOVA de Lisboa e a Maumaus / Lumiar Cité. Um conjunto de seis sessões de discussão e quatro seminários que decorrem na Fundação Calouste Gulbenkian e que se focam no momento em que a arte e a filosofia estabelecem diálogos produtivos, propondo abordagens diversificadas sobre o pensamento contemporâneo. Cada sessão de discussão parte da exibição parcial ou integral de obras de arte, acompanhada por uma reflexão conduzida por teóricos, investigadores ou artistas.
A quinta sessão dos Encontros reúne a investigadora Esther Leslie e a artista visual Jihan El Tahri numa reflexão sobre a arte como lugar de expressão de experiências e identidades invisibilizadas, suscitada pela exibição de Salam Cinema, do cineasta Mohsen Makhmalbaf, figura charneira da nova vaga de cinema iraniano. Em 1995, a propósito das celebrações do centenário do cinema, Makhmalbaf decide realizar um filme, colocando um anúncio na imprensa para contratar uma centena de atores e atrizes. Comparecem às audições cerca de cinco mil pessoas, o que resulta em tumultos com atropelos e acidentes. Durante as audições, as pessoas que se candidataram expressam o seu amor pelo cinema, enquanto tecem considerações sobre as preocupações, as ambições e as contradições que regem o seu quotidiano, como é o caso das mulheres cuja invisibilidade é promovida pelo poder político. Em última análise, esta eulogia ao cinema, estreada internacionalmente no Festival de Cannes em 1995, apresenta-se entre os limites ténues da ficção e do documentário e é reveladora das potencialidades do cinema enquanto meio de comunicação e revelação de realidades silenciadas, nomeadamente em sociedades em que a liberdade de expressão é condicionada.
Para conversar sobre os temas que o filme evoca estarão Jihan El Tahrit, que tem trabalhado sobre as identidades dos mundos africano e árabe modernos, e Esther Leslie, cuja pesquisa tem explorado tanto a resposta da arte a situações revolucionárias libertadoras como a sua instrumentalização por regimes autoritários.
Esther Leslie (Reino Unido) é Professora de Estética Política na Birkbeck, Universidade de Londres. A sua investigação tem-se focado em Walter Benjamin, Theodor Adorno, Siegfried Kracauer, o cinema e fotografia Nazis e o Realismo Socialista Estalinista. Dos livros que publicou, destacam-se The Rise and Fall of Imperial Chemical Industries: Synthetics, Sensism and the Environment (Palgrave Macmillan, 2023) e Dissonant Waves: Ernst Schoen and Experimental Sound in the Twentieth Century (com Sam Dolbear, Goldsmiths Press, 2023).
Jihan El Tahri (Egito/França) é cineasta, artista visual, escritora e produtora. O seu trabalho foi apresentado em museus, bienais e outros espaços, incluindo Dak’Art (Dakar), Bamako Encounters, Centre Pompidou (Paris) e HKW-Haus der Kulturen der Welt (Berlim). Entre os seus documentários premiados, destacam-se Nasser (2015, estreado na seleção oficial do TIFF – Toronto International Film Festival), Behind the Rainbow (2008), Cuba, an African Odyssey (2007) e House of Saud (2004, nomeado para um Emmy).
Duração da sessão: 150 Min. | M/12 | Entrada livre, sujeita à lotação da sala. Filme falado em persa e legendado em português e inglês; a discussão é em língua inglesa com tradução simultânea para português.
Para mais informações, por favor contactar:
info@problematisingreality.com | www.problematisingreality.com | www.facebook.com/ProblematisingReality
Parceria: CAM / FCG, IFILNOVA (CineLab) / FCSH / UNL, Maumaus / Lumiar Cité
Apoio: Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes, FCT — Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Câmara Municipal de Lisboa
Evento financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito dos projetos UIDB/00183/2020 e UIDP/00183/2020.