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O ‘Diabo’ é um idiota, Sr. Hegel? Comentários sobre a ontologia de Vilém Flusser

Wanderley Dias da Silva

Na leitura padrão, o ‘Diabo’ de Flusser representa um princípio determinante de confusão, dúvida e negatividade. Embora tal interpretação não seja totalmente equivocada, o propósito mais crítico da personagem nos escritos de Flusser é, na verdade, um atributo bastante positivo que o autor atribuiu ao ‘Diabo’: o Diabo como tempo: ou seja, o “Diabo” como desdobramento ou horizonte do Ser. A forma mais adequada de apreender o caráter radical da ontologia de Flusser é, portanto, focar na função positiva que o filósofo tcheco-brasileiro confere ao ‘Diabo’. Ao confrontar a leitura padrão, portanto, a apresentação busca permitir ao público uma compreensão preliminar e adequada da ontologia flusseriana. No processo, para justificar o título, também se explica o que tudo isso tem a ver com Hegel.

Bio

Wanderley Dias da Silva é doutorando no Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. Licenciado e mestre em Filosofia pela Katholieke Universiteit of Leuven (Bélgica, 2012), foi Professor Convidado na Índia e no Brasil. Atualmente, integra o RG Raízes e Horizontes da Filosofia e Cultura em Portugal, na FLUP, U.Porto. O seu trabalho de investigação atual debruça-se sobre o pensamento e as obras de Vilém Flusser, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, Casais Monteiro, Hegel e Heidegger.