Não Escrever [com Roland Barthes]
Depois de publicar ensaios sobre a escrita e teorizar a morte do autor, Roland Barthes quis escrever um romance. Enquanto se lançava à tarefa, refletia sobre esse desejo num curso no Collège de France. A obra, Vita Nova, ficou no esboço, e as aulas de A Preparação do Romance se interromperam com a morte do crítico francês, em 1980.
O que o levou a não escrever? Esse é o ponto de partida da ensaísta Paloma Vidal para se aproximar da rotina, das buscas, dos medos, do corpo e da obra de Barthes, numa investigação que talvez não queira atingir seu fim. Entre a criação e a reflexão, a poesia contracena com a teoria para dar corpo a este livro, finalmente escrito — com Roland Barthes.
Não Escrever [com Roland Barthes], de Paloma Vidal, é um dos primeiros volumes da coleção de livros “Ensaio Aberto”, resultado da parceria entre a NOVA FCSH e a PUC-Rio.
Coleção Ensaio Aberto
Na tradição ocidental, deu‑se por certa a separação entre Filosofia e Literatura, tendo‑se como consequência um entendimento histórico que cindia, de um lado, a mente, a reflexão ou a razão, e, de outro lado, o corpo, a criação ou a emoção. Perdia‑se, assim, a possibilidade de um conhecimento que, em vez de separar, aproximasse Filosofia e Literatura, perguntando‑se: mas escritores não filosofam, e filósofos não escrevem? Os Ensaios Abertos desta colecção surgiram da vontade de explorar como, apesar da conhecida crítica metafísica que a Filosofia dirigiu à Literatura, elas não cessaram de se aproximar.