Listening to the Archive — Voices of Resistance
No dia 16 de outubro, na Casa do Comum, terá lugar uma conversa entre Mohanad Yaqubi e Susana de Sousa Dias sobre “Ouvir o Arquivo — Vozes da Resistência” (“Listening to the Archive — Voices of Resistance”). Com início pelas 18h, a conversa será conduzida em inglês e moderada por Avital Barak e Stefanie Baumann. Entrada livre.
Este encontro procura assinalar algumas das trajetórias que ligam as lutas políticas do passado à realidade sangrenta do presente — desde o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos até à luta em curso pela libertação da Palestina. Através de sons e imagens de arquivos militantes e políticos, convidamos o público a uma intervenção multi-sensorial.
Mohanad Yaqubi é cineasta, produtor e um dos fundadores da produtora Idioms Film, sediada em Ramallah. Yaqubi é também um dos fundadores do coletivo de investigação e curadoria Subversive Films, que se centra nas práticas cinematográficas militantes, e é recentemente investigador residente na KASK, Escola de Artes de Gent, Bélgica. A filmografia de Yaqubi como produtor inclui a longa-metragem documental Infiltrators (dir. Khaled Jarrar, 2013), Suspended Time (vários realizadores, 2013), a curta-metragem narrativa Pink Bullet (dir. Ramzi Hazboun, 2014), coproduziu vários filmes incluindo a longa-metragem narrativa Habibi (dir. Susan Youssef, 2010), a curta narrativa Though I Know the River is Dry (dir. Omar R. Hamilton, 2012), e as longas-metragens documentais Ambulance (dir. Mohammed Jabaly, 2016) e Ouroboros (dir. Basma Sharif, 2017), Ibrahim: A Fate to Define (dir. Lina Alabed, 2019) e As I Want (dir. Samaher Al Qadi, 2021). A primeira longa-metragem de Yaqubi, Off Frame AKA Revolution Until Victory, 2016, estreou no TIFF, Berlinale, Cinéma du Réel, Dubai IFF e Yamagata, entre 50 outras estreias e projeções em todo o mundo. A sua segunda longa-metragem R21 AKA Restoring Solidarity, 2022, estreou na documenta15, IDFA, Marraquexe, True/False e Cinéma du Réel, e continua em digressão pelo mundo.
Susana de Sousa Dias é uma cineasta e artista portuguesa. Os seus filmes e instalações exploram a dialética da história e da memória, questionando regimes estabelecidos de visibilidade com foco no arquivo. Utilizando fotografias fixas e imagens de arquivo, os seus primeiros trabalhos (2000–2017) abordam a memória da ditadura em Portugal. Através de testemunhos de presos políticos, e resultando de uma extensa pesquisa nos arquivos nacionais, o seu trabalho desempenhou um papel importante na denúncia pública da repressão violenta e da tortura praticada pelo regime. Mais recentemente, realizou Fordlandia Malaise, em 2019, e co-realizou Viagem ao Sol, com Ansgar Schaefer, em 2021. Colabora frequentemente com o seu irmão António de Sousa Dias, compositor e artista plástico, na criação da banda sonora dos seus filmes. O seu trabalho tem recebido inúmeros prémios e tem sido apresentado em todo o mundo. Em 2012, criou um coletivo feminino que dirigiu o Doclisboa durante duas edições, estabelecendo novas secções como Cinema de Urgência e Passagens (Documentário & Arte Contemporânea). É co-fundadora da produtora Kintop. É doutorada em Artes Plásticas–Vídeo e professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Este evento é organizado pelo grupo de trabalho “Pensar o Documentário” (IFILNOVA), em colaboração com o Doc’s Kingdom, e financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e para a Tecnologia do Ministério da Educação e Ciência, no âmbito dos projetos UIDB/00183/2020 e UIDP/00183/2020.