Nietzsche e o judeu errante
Em pelo menos três vezes na obra tardia, duas vezes em “O caso Wagner” e uma vez em “O Anticristo”, Nietzsche se refere à figura do “ewige Jude”, do “judeu errante”, essa figura mítica, que povoa o nosso imaginário e sobre a qual existem as mais diversas narrativas. O objetivo de minha exposição é apresentar, nas suas linhas mais gerais, o contexto teórico e histórico, a partir do qual Nietzsche se utiliza dessa figura, no interior de sua apreciação do que se costumou chamar de cultura judaico-cristã. Por fim, pretendo fazer algumas considerações a propósito da possível pertinência das análises nietzschianas no contexto contemporâneo, marcado pelas guerras, nas quais o judaismo e a judeidade ocupam lugar central.
Ernani Pinheiro Chaves, Professor Catedrático da Faculdade de Filosofia/IFCH/UFPA e Professor dos Programas de Pós-Graduação em Filosofia e em Psicologia da UFPA