CultureLab • Seminário Permanente

Sara Constança

O que é o Espírito? Uma síntese evolutiva de Pitágoras a Teixeira de Pascoaes

Todas as coisas, grandes ou pequenas, têm a sua presença própria. No Sentido da Vida, publicado no semanário “A Vida”, em 1907, Teixeira de Pascoaes faz uma exposição controversa de como a presença que aqui pretendemos desvelar ocorre na imaginação. Há uma relação entre reinos de ser no mundo, do mais simples ao mais sofisticado, que se dá por via de sínteses, terminando no reino da psique ou mundo espiritual. Nesta apresentação vamos explorar como se dá esta síntese evolutiva na passagem pelos reinos: mineral, vegetal, animal e humano; terminando com o da psique que acaba por ser o da formação do espírito, para onde tendemos como aperfeiçoamento do nosso. Pretendemos identificar a possibilidade de consciência ao longo dos reinos, até que esta se torna independente de nós, enquanto ser espiritual. Para isso, vamos recorrer à tétrada pitagórica, como chave de leitura, estabelecendo uma série de paralelos entre a nossa interpretação da tétrada e a apresentação do autor que investigamos. O objectivo, como o título da apresentação indica, é perceber o que é o espírito. E para isso faremos uma breve abordagem aos limites da possibilidade de conhecer, para percebermos melhor quais são as determinações que nos ultrapassam nesse mundo a seguir ao nosso. Por fim, e ao longo da comunicação, expomos a tese que nos move pelo processo criativo e depõe na filosofia enquanto modo de vida.


Moderador: Hélder Telo


Sara Constança (1971) é actualmente investigadora independente. Depois de um percurso pessoal que a depôs perante as questões da individuação, inicia um percurso de estudo das artes e, entre 1993 e 1997, frequenta o curso de Estética do Ar.Co. Durante dez anos ensina e faz fotografia como profissão. Regressa à academia em 2003 e completa a licenciatura em Filosofia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa no fim de 2007. Depois dos estudos académicos, entrega-se às artes e continua a investigar, com ensaios publicados em português e inglês, dedicados ao estudo da identidade e dos seus paradoxos num escopo estético e ontológico, mediado pela ética.