X-Centric Futures — Art and Cosmotechnics
No sábado, dia 8 de julho, pelas 18h, terá lugar na Galeria Zé dos Bois uma conversa sobre “Arte e Cosmotecnia” dinamizada por Giovanbattista Tusa, em que Yuk Hui analisará o desafio da tecnologia para a existência da arte e do pensamento tradicional, à luz dos discursos atuais sobre inteligência artificial e robótica. Pensar a arte e a cosmotécnica em conjunto é uma tentativa de olhar para as muitas experiências da arte e perguntar como essas experiências podem contribuir para repensar a tecnologia atual.
Este evento terá lugar no âmbito das atividades do seminário de investigação X-Centric Futures, coordenado por Giovanbattista Tusa, e foi desenvolvido em parceria com o ICNOVA, e a Conferência Arts and Humanities in Digital Transition, e com o apoio da Galeria Zé dos Bois.
Entrada livre.
Yuk Hui
Yuk Hui é autor de várias monografias, incluindo On the Existence of Digital Objects (prefaciado por Bernard Stiegler, University of Minnesota Press, 2016), The Question Concerning Technology in China – An Essay in Cosmotechnics (Urbanomic, 2016), Recursivity and Contingency (R&LI, 2019) e Art and Cosmotechnics (University of Minnesota Press, 2021). Os seus livros foram revistos e apoiados por The Philosophical Quarterly, Radical Philosophy, Jahrbuch Technikphilosophie, Theory Culture and Society, Issue in Science and Technology, Frankfurter Allgemeine Zeitung, Folha de São Paulo, entre outros; e foram traduzidos para uma dúzia de línguas, incluindo alemão, francês, italiano, chinês, japonês, coreano, russo, norueguês, polaco, checo, espanhol e português.
Nós acreditamos que existe um vácuo filosófico no tema da futuridade, além do que é imaginado como uma visualização de dados que conduz à tomada de decisões por parte de organismos empresariais, administrativos ou políticos. De certa forma, é como se a filosofia tivesse abdicado da sua função e delegado aos think tanks corporativos globais, a responsabilidade de formular caminhos viáveis para a transformação do nosso presente.
Explorar futuros X-centric(os) e divergentes significa para nós experimentar com o tempo, espaço e política. Complicando o nosso tempo com temporalidades invisíveis, insurgentes e múltiplas que fissuram as camadas materiais da nossa história, reformulando narrativas históricas globais que incorporam processos de descolonização e justiça climática, nutrindo-nos enquanto comunidade, criando imagens desejáveis habitadas por realidades dissidentes e não-vistas que estão a surgir.
As atividades de investigação e disseminação incluíram o programa de debates mensais X-Centric Futures, uma série de seminários públicos organizados por Giovanbattista Tusa e Bartholomew Ryan, que tiveram lugar em 2022 nas Carpintarias de São Lázaro – Centro Cultural. Com a participação do coletivo artístico Claire Fontaine com Magical Materialism; a performance musical Green Mass: The Ecological Theology of St. Hildegard of Bingen de Michael Marder, Peter Schuback e Márcia Sá Cavalcante Schuback; a apresentação de Imbizo Ka Mafavuke de Uriel Orlow; e a projeção e discussão de After Scarcity and The Red City of the Planet Capitalism de Bahar Noorizadeh.
Em 2023, o ADVANCED PROGRAMME IN X-CENTRIC FUTURE STUDIES combinará seminários de investigação com workshops (em formato presencial e remoto), e um grupo de leitura conduzido por estudantes em Lisboa, com o objetivo de promover o crescimento de projetos, de investigação e artísticos, em movimentos sociais emergentes, constelações políticas futuras e comunidades x-centric(as).