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Cursos de Ano Novo

Inscrições abertas

Encontram-se abertas as inscrições para os Cursos de Ano Novo, que terão lugar exclusivamente online. As inscrições decorrem de 22 de novembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022, através da plataforma InforEstudante.


Mais informações aqui e aqui.

A ARTE DE SER FELIZ – TEORIAS FILOSÓFICAS SOBRE A FELICIDADE

17 – 28 Jan
18h00 – 20h30


Docentes: Ana Falcato, Bartholomew Ryan, Gianfranco Ferraro, Hélder Telo, Marta Faustino & Pietro Gori [Art of Living Research Group]


Segundo Aristóteles, a felicidade é o fim último de toda a ação humana e aquilo que todos os seres humanos, implícita ou explicitamente, almejam. No entanto, apesar de todos, aparentemente, a desejarem, ela tende a ter, para a maioria, um carácter vago, opaco e difícil de determinar. Muitas são, assim, as questões associadas ao problema da felicidade. Um primeiro núcleo de questões diz respeito à própria definição da felicidade. O que é a felicidade? De que precisamos para sermos felizes? Será possível identificar objetivamente qualquer coisa como um conceito de felicidade válido para todos os seres humanos? Ou será ela algo de subjetivo e dependente das características e aspirações de cada um? Estará a felicidade relacionada com a realização de uma suposta natureza humana, ou pelo contrário depende sempre de um determinado contexto histórico e cultural? Por outro lado, qual é a natureza da felicidade? Tratar-se-á de um sentimento, uma emoção, uma sensação, uma disposição? Podemos falar da felicidade como um estado durador, até mesmo permanente, ou apenas de pequenos momentos ou períodos felizes? Haverá uma diferença fundamental entre a felicidade e a alegria, a satisfação ou o bem-estar? Haverá diferentes formas ou graus de felicidade? Um terceiro grupo de questões diz respeito à relação entre a felicidade e a ética, i.e., os nossos valores, as nossas ações, os nossos comportamentos. Estará a felicidade sob o nosso controlo, dependendo acima de tudo da nossa ação, ou dependerá esta antes primariamente da sorte e das circunstâncias em que nos encontramos? Será a procura da felicidade algo intrinsecamente egoísta ou dependerá a felicidade individual da felicidade de outros e até da felicidade coletiva? Será possível determinar formas de vida que permitam a todos os seres humanos o maior grau de felicidade possível? E deverá a ação ética e política preocupar-se primariamente com a felicidade? Por último, será a felicidade – individual e/ou coletiva – alcançável, ou tratar-se-á de uma mera ilusão, quimera ou utopia?


Estas são algumas das questões que suscitaram reflexão filosófica na tradição ocidental desde Sócrates. O curso abordará estas questões a partir do estudo das principais teorias sobre a felicidade ao longo da história da filosofia, bem como das problemáticas a ela associadas, desde a Antiguidade até à filosofia contemporânea.


Cada aula será dedicada à exposição e discussão do pensamento de um autor sobre a felicidade. As aulas terão uma componente teórica de exposição de conteúdos e uma componente prática, que consistirá na leitura, análise e discussão de passagens selecionadas das obras de autores como Platão, Aristóteles, Espinosa, Nietzsche, Kierkegaard e Sartre, entre outros.


O curso será lecionado por investigadores do Art of Living Research Group, do Laboratório de Cultura e Valores do Instituto de Filosofia da Nova. Todos os docentes são doutorados em Filosofia e especializados nos autores que vão expor.


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A FILOSOFIA DO ESPÍRITO LIVRE – UMA LEITURA DO QUINTO LIVRO DA GAIA CIÊNCIA DE NIETZSCHE

31 Jan – 10 Fev
Segundas, terças e quartas-feiras | 18h00 – 21h00
Quintas-feiras | 18h00 – 21h30


Docentes: Paolo Stellino & Pietro Gori


A atividade principal do curso consistirá numa introdução ao pensamento de Friedrich Nietzsche a partir da leitura pormenorizada do quinto livro da Gaia ciência.


A Gaia ciência é considerada uma das obras mais importantes da produção filosófica nietzscheana. Publicada originariamente em 1882, em ocasião da republicação de alguns dos seus escritos entre 1886 e 1887, Nietzsche decidiu acrescentar à Gaia ciência um prólogo e um quinto livro. Nesta nova parte, Nietzsche aborda muitas das questões fundamentais que caracterizam o seu pensamento tardio: as consequências da morte de Deus e o perspetivismo do conhecimento e dos valores; a transvaloração da moral judaico-cristã e o problema cultural e antropológico do niilismo; o pessimismo clássico ou dionisíaco, em oposição ao pessimismo romântico wagneriano e schopenhaueriano; as figuras filosóficas e existenciais do bom europeu e dos espíritos livres. A brevidade do livro quinto e a clareza exemplar com a qual as temáticas mencionadas são apresentadas nesse texto, torna-o uma excelente referência para abordar os principais assuntos da filosofia nietzscheana.


A primeira aula do curso será dedicada à génese do quinto livro da Gaia ciência, prestando particularmente atenção ao projeto filosófico que Nietzsche quis desenvolver durante os anos 1886-1888 e ao contexto intelectual do seu pensamento maduro. As aulas seguintes focar-se-ão sobre o conteúdo do livro para evidenciar as ideias filosóficas mais relevantes do Nietzsche tardio. Como já foi mencionado, o quinto livro da Gaia ciência permite, efetivamente, abordar os principais assuntos da filosofia de Nietzsche, nos quais ética, estética e epistemologia manifestam a sua interligação.


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ASCETISMO, ÉTICA E VERDADE EM PLATÃO, NIETZSCHE E FOUCAULT

31 Jan – 15 Fev
Segundas, terças, quintas e sextas-feiras | 18h00 – 20h30


Docente: Hélder Telo


O ascetismo é visto como um tema sobretudo religioso, mas ele desempenha também um papel importante na história da filosofia – tanto nas conceções filosóficas do ser humano (em especial, da sua natureza corpórea e das possibilidades de a superar ou transformar), quanto no pensamento ético e nas conceções de verdade e da possibilidade de aceder a ela.


Contudo, as valorações e até mesmo as conceções do ascetismo são muito diferentes. Muitas vezes entendido como uma recusa do corpo ou uma forma de mortificação (e, enquanto tal, como um enriquecimento ou um empobrecimento da vida), ele foi também concebido – sobretudo nas últimas décadas – como tendo um sentido mais geral, que remete para o sentido original do termo “askêsis” como treino ou exercício. Mas independentemente de ser concebido de uma forma ou de outra, o que está em causa é sempre uma transformação radical do ser humano, que está ligada não só ao corpo, mas também ao que de forma genérica se designa por “espiritualidade”.


Este curso focar-se-á em três análises do ascetismo e das consequências éticas e epistemológicas. Primeiramente, considerarse-á a forma como Platão concebe a filosofia como um treino da morte, o qual envolve uma recusa dos desejos ligados ao corpo e uma tentativa de isolar a alma ou a parte dela que ama o saber. Depois, considerar-se-á o modo como uma conceção positiva do corpo permite a Nietzsche fazer uma avaliação ética e epistemológica muito diferente do ascetismo – avaliação essa que está em forte contraste com aquela que marcava a tradição platónica e neoplatónica.


Em ambos os casos, procurar-se-á contrariar algumas tendências de interpretação e explorar a possibilidade de encontrar uma compreensão mais positiva de corpo em Platão e uma valorização positiva de certos elementos ascéticos em Nietzsche.


Por fim, considerar-se-á como Foucault desenvolve – a partir do seu estudo de filósofos antigos, i incluindo Platão – um conceito positivo de ascetismo, que abarca as diversas práticas ou formas de cuidado de si, e que possibilita uma nova compreensão da ética e da relação do sujeito com a verdade. Ver-se-á também a proximidade que o ascetismo assim entendido tem com outras noções contemporâneas, como as noções de “exercício espiritual e “filosofia como modo de vida” desenvolvidas por Pierre Hadot ou a noção de antropotécnica desenvolvida por Peter Sloterdijk.


O curso concentrar-se-á sobretudo em três textos: o “Fédon” de Platão, o terceiro ensaio da “Genealogia da Moral” de Nietzsche e a “Hermenêutica do Sujeito” de Foucault. Além disso, considerar-se-á não só o contexto intelectual destes três autores, mas também o modo como foram recebidos por autores posteriores.


As aulas terão uma componente teórica de exposição do pensamento de Platão, Nietzsche e Foucault, bem como do seu contexto intelectual, e também uma componente prática de leitura e discussão dos passos mais relevantes das obras acima mencionadas.


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FUTURE AESTHETICS

17 Jan – 18 Fev
Segundas e sextas-feiras | 17h00 – 19h30


Docente: Giovanbattista Tusa


(Informação disponível apenas em inglês.)


The course articulates hypotheses on future research perspectives, including the future of images and their political significance from a gender, post-colonial, ecological perspective. It is a laboratory rather than a course: students are asked to reflect, elaborate, create and possibly present their work and hypotheses on the contemporary age. By engaging artists’ widespread aesthetic and political engagement with environmental conditions and processes around the globe and looking at cutting-edge theoretical, political, and cultural developments in the Global South and North – the students will gain valuable knowledge in the fields of art history, ecology, visual culture, and environmental politics.


Class 1 – Introduction to Contemporary Critical Theories for the Arts – (17/01/2022)
Class 2 – Aesthetics and Politics – (21/01/2022)
Class 3 – Arts and Political Ecologies – (24/01/2022)
Class 4 – Art in the Age of Planetary Aesthetics – (28/01/2022)
Class 5 – Intensive Reading Group – (31/01/2022)
Class 6 – Non-Human Aesthetics 1 – (04/02/2022)
Class 7 – Intensive Reading Group -(07/02/2022)
Class 8 – Non-Human Aesthetics 2 – (11/02/2022)
Class 9 – Ecological Cinemas – (14/02/2022)
Class 10 – Conclusive remarks and students’ presentations – (18/02/2022)


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