CultureLab • Conferência

Paulo Reyes

Pensar a cidade como projecto

Entre os inúmeros modos de pensar a cidade, o projeto é uma das formas como o urbanismo enquanto campo de conhecimento se expressa. Não só como leitura, mas basicamente como intervenção, o projeto é uma das maneiras de visualizar futuros realizáveis e, para isso, apoia-se em imagens. Essas imagens são representações de projetos consagrados que servem como balizadoras ao processo criativo. Neste seminário, problematiza-se essa perspectiva resolutiva de produção de cidade, a partir de uma leitura crítica sobre o papel das imagens na construção de campos semânticos consensuais nos procedimentos de projeto. Essa postura crítica segue duas linhas teóricas: a perspectiva política e estética em Jacques Rancière e a operação sobre as imagens proposta por Georges Didi-Huberman. Pensar o projeto nessa perspectiva, é deslocar um pensamento baseado na técnica para um pensamento baseado na política como um ato de visibilidade de uma desigualdade no plano do sensível. Posiciona-se, assim, a imagem em uma situação de estranhamento, menos como figura e mais como um ato. Estranhar a imagem é apostar em múltiplos significados que possam surgir da sua abertura e que permitam um deslocamento de um pensamento do projeto realizável para o projeto como possível.

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Arte, Crítica e Experiência Estética