Pii Telakivi
A tese da Cognição Estendida (Extended Cognition) sustenta que a cognição não é constituída apenas por funções neurais, mas a sua base de realização é frequentemente estendida a diferentes tipos de ferramentas e tecnologias que usamos. Até agora, a investigação no âmbito da cognição alargada concentrou-se principalmente na utilização “tradicional” de ferramentas, como tomar notas com caneta e papel. No entanto, estou interessado em saber como a relação de extensão muda, quando em vez de uma ferramenta passiva como um caderno a extensão é atualizada com tecnologia de IA. O objetivo deste artigo é mostrar que a tese da cognição estendida não pode ser aplicada diretamente a casos onde a ferramenta externa é baseada em determinado tipo de tecnologia de IA. As considerações éticas são mais prementes quando se trata da extensão cognitiva facilitada pela tecnologia de IA, em comparação com a tecnologia mais convencional. Os “extensores de IA” apresentam autodeterminação e autonomia comprometidas, o que pode levar a lacunas de responsabilidade. Esta questão é altamente atual no contexto presente porque a cognição alargada pela IA está a tornar-se mais comum na vida quotidiana, nomeadamente entre indivíduos idosos que sofrem de distúrbios de memória. A identificação de mecanismos que podem tornar-se manipuladores e resultar em lacunas de responsabilidade é um pré-requisito para encontrar formas adequadas de os abordar.
Pii Telakivi (Universidade de Helsínquia)
A sessão será em inglês. Para participar via Zoom, use este link (senha: 646017).