CultureLab • Seminário Permanente

Vanguardas estéticas, o ‘negro’ e a ‘África’ segundo Achille Mbembe

Ernani Chaves (Universidade Federal do Pará)

Que estranha força é essa que o nome “África” carrega? Que terrível ambiguidade ele possui, que o assemelha a uma máscara? Da perspectiva de Achille Mbmebe, esse nome diz respeito, principalmente, a uma “recusa em ver”, assim como a uma prática de encobrimento e travestimento, associada à frivolidade e ao exotismo. Mas o que acontece quando na Europa começam as exposições sobre “arte africana” e são criados museus “etnográficos”, inundados de máscaras rituais, esculturas e adereços trazidos pelos “colonizadores”? Esses objetos fascinam e atraem as vanguardas estéticas do século XX. Estariam as vanguardas reiterando os estereótipos e, portanto, reforçando o racismo colonialista ou, ao contrário, ao elegerem esses objetos como modelos, teriam assinalado, antes de mais nada, seu caráter de “arte”? Meu objetivo será então o de trazer à luz esse impasse a partir de Mbembe e, ao mesmo tempo, tomar como referência o quadro “A negra” (1923), de Tarsila do Amaral, uma das mais importantes figuras do modernismo brasileiro, para pensar a relação entre estética e cultura num país marcado pela experiência da escravidão.


Este evento decorrerá no âmbito das atividades do grupo de investigação Estética e Filosofia da Arte, coordenado por (CultureLab/IFILNOVA).