CineLab
Projeto de Investigação
A-Place – Linking Places through Networked Artistic Practices

O Projeto A-Place, co-financiado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia (2019-2023), é uma plataforma de criação, debate e experimentação sobre o sentido de pertença e identidade, em zonas habitadas e lugares partilhados por cidadãos de múltiplas origens e culturas. O projeto procura envolver grupos diversificados de pessoas — artistas, comunidade, arquitectos, estudantes, académicos e entidades locais, etc. — em eventos criativos de ativação e transformação de espaços públicos. O programa inclui atividades artísticas e de placemaking, ao longo de quatro anos, em seis cidades europeias: Barcelona, Bologna, Brussels, Lisbon, Ljubljana e Nicosia.


O Projeto surge num contexto contemporâneo de alteração das vivências em espaços públicos, em resultado de desenvolvimentos sócio-culturais e económicos que têm propiciado a emergência de uma infinidade de não-lugares; isto é, espaços nos quais as pessoas se sentem incapazes de criar vínculos afetivos significativos. Os não-lugares podem também ser vistos como resultado de processos de globalização, gentrificação, alienação, migração e turismo de massa. Para contrariar essas tendências, o A-Place envolve artistas e comunidades, procurando reinventar as noções de lugar latentes em ambientes sociofísicos, a fim de reconectar as pessoas com esses lugares.


Neste sentido, as práticas espaciais criativas implementadas pela rede do Projeto visam criar lugares com significado, e contribuir para o desenvolvimento de comunidades melhores, mais inclusivas e solidárias. Enquanto procuram transformar os espaços, por meio da acção cultural e de arte site-specific, entre outras práticas espaciais criativas, os parceiros refletem também sobre o significado e os valores subjacentes à criação e vivência desses mesmos lugares. As múltiplas propostas de intervenção criativa, exposições e criação de obras de videoarte, entre outras a realizar ao longo do programa, configuram formas de pesquisa participativa (action research) e metodologias que propõem as práticas artísticas como catalisadores para melhorar e conectar comunidades. As actividades são criadas com as comunidades e para as comunidades:

(2022) “A (Re)Connecting Place”

“A Reconnecting Place” é uma atividade a desenvolver no Bairro do Rego baseada no conceito de movimento e de ciclo de eterno retorno metaforizado pela ideia das quatro estações (da natureza, da vida, dos lugares, etc.). As ações a desenvolver, com a colaboração da Associação Passa Sabi, seguem esta ideia, com a activação de quatro espaços públicos deste Bairro, envolvendo várias acções criativas. As atividades terão a participação da comunidade do bairro, de estudantes de doutoramento da NOVA FCSH, artistas e investigadores com o objetivo de ativar o espaço público através de um conjunto de atividades pensadas com e para o bairro do Rego. Saber mais.

(2021) “A Future Place”

“A Future Place” incluiu um conjunto de atividades criativas e de aprendizagem, nomeadamente um concurso de poesia e prosa — “O Meu Bairro…O Meu Lugar” —, dirigido a todos os residentes do Bairro Padre Cruz, um “Sarau” onde os participantes leram os seus poemas e reflexões, quatro workhops criativos (Fotografia, Ilustração, Escrita Criativa e Técnicas de Liderança Desportiva) e uma mostra virtual que dissemina os trabalhos realizados por jovens e crianças do Bairro, participantes no Workshop de Fotografia. A atividade foi desenvolvida com o apoio da Associação “Amigos da Luz” e teve a colaboração de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas na fase de implementação. Saber mais

(2020) “A (Travelling) Sound Place”

“A Sound Place” envolveu a criação colaborativa de uma paisagem sonora cultural da envolvente do Martim Moniz – o Bairro da Mouraria – através da recolha de percepções sonoras de artistas, residentes e não residentes, e utilizando-as como material para a criação de peças musicais que foram posteriormente interpretadas num concerto-instalação,pelo Duo Contracello (Adriano Aguiar e Miguel Rocha), Henrique Portovedo e Jaime Reis, no Centro de Inovação da Mouraria. O processo criativo foi liderado pela Associação Lisboa Incomum, as peças musicais foram criadas por Jaime Reis e João Quinteiro, tendo também a participação de alunos da Escola Superior de Música de Lisboa. A fase de preparação e implementação e comunicação teve a participação de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Saber mais.