A perceção evolutiva da natureza: Explorando a representação através da Inteligência Artificial
O ponto de partida para a nossa exploração é uma questão fundamental: Como é que a inteligência artificial transformou a nossa perceção da natureza?
Ao examinar projetos artísticos que abordam questões relacionadas com a natureza — quer como recreação, quer como objeto de estudo e utilização de modelos, quer como reflexos da realidade, quer como fabulação —, que informações podemos obter?
A inteligência artificial, juntamente com outras tecnologias e serviços digitais ao nosso dispor, tem um impacto crescente no nosso ambiente. Para funcionarem, necessitam de minerais, cuja extração contínua leva à redução da riqueza do solo. Consequentemente, a IA desempenha um papel significativo nas alterações dramáticas que observamos nos ecossistemas — um reflexo da intervenção humana. No entanto, também serve como uma ferramenta que permite aceder a informações sobre os ecossistemas que, de outra forma, permaneceriam inacessíveis. A nossa compreensão do planeta foi reformulada pelos dados que a IA oferece.
Nesta apresentação-discussão, começaremos com uma incursão pelas representações históricas da natureza, justapostas ao papel da Inteligência Artificial na participação na criação de obras de arte contemporâneas. Convidamos o público a participar ativamente, envolvendo-se no debate para partilhar ideias, referências e questões, mesmo aquelas sem respostas fáceis. O nosso objetivo é fomentar um ambiente colaborativo onde o conhecimento coletivo emerge do nosso conhecimento partilhado.
Ana Carvalho tem vindo a investigar algumas das complexidades da Inteligência Artificial através dos seus recentes projetos curatoriais, como “Omniscience” (2021) e “Abducted Realities” (2023). Longe de ser uma mera ferramenta, a IA vai para além da amplificação da ação humana, suscitando questionamentos sobre autoria, criatividade, agência e a própria essência da inteligência e da humanidade. A sua investigação e interesse curatorial sobre a IA visam refletir sobre o seu potencial e demonstrar como os artistas levantam questões incómodas através das suas explorações artísticas da IA. Esta exploração em ambientes colaborativos serve para demonstrar o impacto diferenciado da IA nas nossas vidas.
O seminário será conduzido em inglês.
Para participar na sessão via Zoom, use este link.
Este evento é o terceiro do projeto Atmosferas Artificiais do grupo de trabalho em Arte e Tecnologia, CineLab — IFILNOVA. Atmosferas Artificiais investiga as relações entre as práticas artísticas, principalmente os media baseados no tempo, como a imagem em movimento e o som, com especial enfoque nos arquivos de media, e o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente em machine learning, com o objetivo principal de analisar, avaliar e discutir criticamente a forma como a aliança entre arte e tecnologia coloca novos desafios e oferece novas formas de responder a questões contemporâneas relacionadas com paradigmas sociais, políticos e económicos. Este projeto explora correntes de trabalho, investigação e pensamento através da lente de vários artistas e práticas artísticas, bem como a investigação baseada na prática em e através de campos criativos.
Esta apresentação e debate resulta de uma colaboração especial entre o grupo de investigação Arte e Tecnologia e o projeto GENAI — Exploring Human Cognitive Flourishing against the background of GENerative AI: Sustaining Deep Minds in Our New Cognitive Ecology. O projeto GENAI explora as profundas implicações da Inteligência Artificial Generativa (GENAI) para a nossa compreensão da mente humana e as possibilidades de florescimento cognitivo humano neste novo contexto. Partindo do princípio de que a mente humana evolui a par dos avanços tecnológicos, esta iniciativa visa explorar e salvaguardar as condições necessárias para um desenvolvimento cognitivo ótimo no meio da proliferação de ferramentas GENAI.
Para mais informações ou questões, por favor contactar Maile Colbert por email: mailecolbert@fcsh.unl.pt.
Evento apoiado pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia do Ministério da Educação e Ciência de Portugal no âmbito dos projectos UIDB/00183/2020 e UIDP/00183/2020.