
Duas investigadoras do IFILNOVA viram recentemente aprovadas as suas candidaturas ao Concurso para Projetos de Investigação de caráter Exploratório da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Chrysi Rapanta, membro integrado do ArgLab, lidera o projeto “TeachGenAI — Definir, promover e avaliar a literacia crítica da IA para uma utilização eficaz e responsável das ferramentas GenAI no ensino e na aprendizagem”. Este projeto visa responder aos desafios éticos e pedagógicos colocados pela integração da inteligência artificial generativa (GenAI) na educação. Apesar do seu potencial para melhorar a aprendizagem, esta tecnologia suscita preocupações quanto ao impacto na agência humana, no pensamento crítico, na disseminação de desinformação e no risco de exacerbar as desigualdades existentes.
Para isso, o “TeachGenAI” propõe desenvolver um quadro conceptual centrado no pensamento crítico para que educadores e alunos possam avaliar e usar de forma responsável as ferramentas GenAI num contexto de aprendizagem ativa. O projeto inclui a criação de programas formativos para professores e estudantes do ensino básico e secundário, assim como a construção e validação de instrumentos para avaliar competências críticas em literacia GenAI, promovendo uma utilização ética, intencional e eficaz destas tecnologias nos contextos educativos.
Por sua vez, Maria Irene Aparício, membro do CineLab, coordena o projeto “Cinema e Ecosofia: Valores, Econarrativas e Ecologia Profunda”, que investiga a relação entre cinema, ecologia e sociedade. A investigação analisa como diferentes tradições cinematográficas — da ficção ao documentário, do experimental ao interativo — refletem os princípios da ecologia profunda e promovem a consciência cívica. Com uma abordagem interdisciplinar, o projeto visa criar quadros teóricos e práticos que ajudem investigadores, educadores, cineastas, ativistas e decisores políticos a usar o cinema como ferramenta de sensibilização e ação ecológica.
“Cinema e Ecosofia” irá mapear eco-narrativas no cinema, avaliar o impacto do ecocinema no público e explorar o potencial das narrativas interativas e das tecnologias emergentes. Entre os resultados previstos estão ciclos de cinema e debates, produção científica — incluindo 10 capítulos de livro e uma edição especial de revista — e a organização de uma conferência internacional em Lisboa. O projeto procura também reforçar a ligação entre investigação académica e políticas públicas, educação e ativismo ambiental.