O grupo de “Estética e Filosofia da Arte” reúne os investigadores que até agora trabalhavam no grupo “Arte, Crítica e Experiência Estética” e pretende não só consolidar o trabalho que aí tem vindo a ser desenvolvido como expandi-lo em novas direções que se foram anunciando aos poucos nesse trabalho. Há mais de uma década que a maior parte dos membros deste grupo trabalha sobre questões de estética, desde logo na sua dimensão conceptual e filosófica, mas também explorando a importância cultural, social e política da experiência estética no contexto da arte, das diferentes prácticas artísticas (fotografia, cinema, arquitectura, dança, música e artes sonoras) e da vida quotidiana, em particular, no âmbito da cidade, objeto e cenário do principal projeto de investigação do grupo OBRA – Fragmentação e Reconfiguração: a experiência da cidade entre arte e filosofia (PTDC/FER-FIL/32042/2017), coordenado por Maria Filomena Molder (PI) e Nélio Conceição (co-PI), ainda em execução. Pelo menos desde 2015 que a investigação do grupo, enquanto coletivo, e de cada um dos seus membros, nos seus projetos de investigação individual, se tem ocupado também com a problemática dos valores, acompanhando a principal linha de investigação do Instituto de Filosofia da NOVA, e em particular a questão dos valores estéticos, como demonstram alguns seminários, workshops e conferências, os quais resultaram pelo menos num número especial (n.º 14, 2017) da revista Itinera – Rivista di filosofia e teoria delle arti, dedicado aos valores e às tensões históricas na experiência da cidade, e a um livro publicado na editora Mimesis Internacional, com o título Aesthetics and Values (Conceição & Rozzoni, eds, 2021).
Para além disso, nos últimos anos, o grupo foi colaborando com professores e investigadores de outros institutos portugueses e estrangeiros. Aproveitando o ambiente e atividades académicas (tais como seminários, conferências e publicações), o grupo desenvolveu em simultâneo várias actividades de disseminação com instituições não-académicas (tais como o Arquivo Municipal de Lisboa e a RTP, através do seu canal de rádio Antena 2), o que consolidou a sua crescente comunicação com a sociedade em geral. A participação regular dos seus membros em produções culturais e artísticas, contribuiu ainda para o diálogo fértil com as práticas artísticas, muitas vezes reforçada pelo precioso conhecimento interior decorrente do processo criativo.
É com este acervo e este contexto que o grupo que agora se forma irá continuar a desenvolver o seu trabalho, elegendo como guias as seguintes linhas de investigação:
- O estudo dos problemas e conceitos nucleares da Estética filosófica e, em particular, os valores estéticos, a partir da perspetiva da sua transformação histórica-filosófica e dos desafios da contemporaneidade, quer no contexto social, cultural e político de novas formas de experiência e de sensibilidade, quer no contexto da arte e das diferentes práticas artísticas;
- A reflexão sobre os diferentes modos de experienciar, criar, representar e exprimir a cidade, nas suas várias dimensões de espaço habitável, espaço público, espaço da sensibilidade e da imaginação, tendo como horizonte filosófico e artístico o pensamento de autores fundamentais sobre a cidade moderna e contemporânea (de Simmel a Rancière, passando por Benjamin, Kracauer, Lefebvre, de Certeau, entre outros) e o trabalho criativo dos vários artistas que partiram da cidade como inspiração ou que nela decidiram intervir para a transformar e provocar a acção e o pensamento.
- O estudo filosófico sobre as questões, problemas e modos de criação, participação e receção da arte e das diferentes práticas artísticas (fotografia, cinema, arquitetura, dança, música e artes sonoras), tendo em conta a discussão dos valores da arte na época contemporânea e da forma como a arte, ela própria, reflete, problematiza e estimula ou põe em causa os valores sociais, políticos, económicos, culturais ou ambientais da contemporaneidade.